A solidão é fera
já não domesticável.
Resta contê-la.
Eu, com meus versos
a cerco.
Mimética Fauna
queria fazer
um poema de pássaro (ainda)
daqueles que fazem crescer asas em nós
mas a pele dourada do céu
em breve travestido de sombras
(manto negro hoje
sem seu bordado de estrelas e seu colar de lua)
me angustia
volto para o ninho
(onde os pássaros mudos adormecem)
deixo para amanhã meu canto
(caso amanheça)
um poema de pássaro (ainda)
daqueles que fazem crescer asas em nós
mas a pele dourada do céu
em breve travestido de sombras
(manto negro hoje
sem seu bordado de estrelas e seu colar de lua)
me angustia
volto para o ninho
(onde os pássaros mudos adormecem)
deixo para amanhã meu canto
(caso amanheça)
rosas de silêncios brotaram
vermelhas
como são os silêncios [vermelhos
quando brotam]
quando secarem [se
vou cultivar palavras
neste mesmo canteiro
quando encontrar sementes [se
não parar a chuva
e os silêncios crescerem [baobás
construirei minha casa [sobre
virão os pássaros [negros
pássaros de silêncio
vermelhas
como são os silêncios [vermelhos
quando brotam]
quando secarem [se
vou cultivar palavras
neste mesmo canteiro
quando encontrar sementes [se
não parar a chuva
e os silêncios crescerem [baobás
construirei minha casa [sobre
virão os pássaros [negros
pássaros de silêncio
dançam as salamandras dentro
dos nossos olhos
quando miram fogueiras
enquanto leopardos devoram
nossas carnes tenras
lentamente
e sobre nossas cabeças - nuvens
de anjos sopram
brisas e orvalhos
e chovem lágrimas
num esforço supremo
assim não fosse
há muito, a terra inteira ardia:-
que o inferno é aqui
onde também paraíso
dos nossos olhos
quando miram fogueiras
enquanto leopardos devoram
nossas carnes tenras
lentamente
e sobre nossas cabeças - nuvens
de anjos sopram
brisas e orvalhos
e chovem lágrimas
num esforço supremo
assim não fosse
há muito, a terra inteira ardia:-
que o inferno é aqui
onde também paraíso
dérmicas escamas sopradas pelo vento
barbatanas
revérbero dos peixes
e outros seres do abismo
mundo invisível onde a luz é apenas
miragem
quem?
habita meus olhos
onde?
a máscara do sol
quem?
sabe dos sonhos submersos
das camadas da pele
do sal dos olhos míopes:-
cristalinas águas a se perder contidas
pelas ásperas bordas do vazio
barbatanas
revérbero dos peixes
e outros seres do abismo
mundo invisível onde a luz é apenas
miragem
quem?
habita meus olhos
onde?
a máscara do sol
quem?
sabe dos sonhos submersos
das camadas da pele
do sal dos olhos míopes:-
cristalinas águas a se perder contidas
pelas ásperas bordas do vazio
Assinar:
Postagens (Atom)